Sim, a vida seria bem mais simples e espontânea se as pessoas não vomitassem felicidade falsa nem tentassem o tempo todo provar um equilíbrio que elas não têm. Ninguém acorda super bem todos os dias. Ás vezes a gente fica mal mesmo, lembra de um monte de fatos trash e quer chorar na cama que é lugar quente. Ás vezes as coisas não parecem fazer muito sentido e a gente quer ficar fechadinho dentro da gente mesmo. A gente não precisa rejeitar a tristeza como se fosse uma doença pestilenta. Ela faz parte da vida como a alegria. Só precisamos tomar cuidado para não transformá-la em um hábito ou nos esconder atrás dela por medo de ser feliz ou ainda dar importância demais a problemas e principalmente à pessoas pequenas. Este é um exercício e tanto que pode levar anos ou a vida inteira. Mas me parece que vale a pena. A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas. Se elas olhassem nos olhos dos outros e falassem sobre seus problemas, seus medos. A vida seria mais simples se a gente não precisasse provar que é bem-sucedido o tempo todo. Seria mais simples se a gente pudesse gostar das pessoas independentemente da vida que elas levam. Se a gente pudesse dizer sem constrangimento algum que está se sentindo um monte de merda e que a vida pode ser bem complicada sim. Talvez, se admitíssemos mais o caos que é viver, não sofreríamos tanto. Talvez, se desfocássemos mais daquilo que dizem que é importante , mas que não faz sentido para nós, fôssemos mais bem sucedidos num sentido mais amplo. Talvez se mostrássemos mais os nossos rostos demaquilados e nossas almas nuas, se não nos defendêssemos tanto uns dos outros, se não nos importássemos tanto em mostrar que somos melhores do que os outros, pudéssemos ser mais unidos, mais solidários, mais amados, mais amantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário