quinta-feira, 24 de março de 2022

Às vezes a gente precisa entender, compreender, recuar, descansar, se perdoar, perdoar, encher o nosso coração de esperança e, por mais despedaçado que ele esteja, continuar...

É difícil. É mais difícil do que escrever ou ler textos como esse no Instagram ou em qualquer lugar. Não tem uma fórmula pronta. Não tem um jeito certo de lidar com nada que nos tira o chão. Que nos tira do comodismo. Do conforto. Que nos tira alguém de repente. Como num sopro. Um pai, uma mãe, um filho, um irmão, um amigo... Estava ali, conosco, até ontem. Rindo. Brincando. Trocando mensagens, memes, figurinhas e áudios no whatsapp. 
E acabou.

Então a gente tem que reorganizar tudo. Respirar fundo. Chorar muito. Equilibrar a tristeza e o seguir. Acreditar no que dizem sobre o que tempo diz: que a dor passa. Que as coisas vão se transformando e nós vamos nos readaptar a essa nova vida sem esse amor que nos deixou. Sem essa pessoa que morreu. Sem aquele trabalho que nos dava o pão ou qualquer outra coisa que até um dia atrás existia.

Nós somos limitados demais para compreender a imensidão e os mistérios dessa vida. Somos essa poeira no universo, mas é importante nunca esquecer do que somos. E não somos o que a gente tem. Não somos a beleza que procuramos. Não somos coisas ou relacionamentos que cultivamos. Nós somos o que fica. O que, inevitavelmente, ficará no coração das pessoas quando chegar a nossa hora de ir para algum outro lugar dessa imensidão de possibilidades.

E nesse aperto que sentimos por não compreender propósitos, algo lá no fundo dói e machuca.  E nessa fé. Na fé em algo espetacular que nos apegamos. Não podemos ver. Não podemos tocar, mas podemos sentir que, de alguma forma, essa força – que muitos chamam de Deus, de Pai, de Oxalá, de Alah ou  Jeová- essa força segura a onda. E com o tempo – esse tempo que tanto falam que cura e ajusta tudo – a gente entende muita coisa.

Seguindo com uma certeza: nenhuma dor dura para sempre, apesar de existir coisas que nunca iremos superar por completo.  Fé, pessoal. Continuem com fé. Alimentem a fé. E se você não acreditar  em nada, ao menos tenha fé na sua capacidade de continuar. (Edgard Abbehusen)

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